11.6.05

Da ausência do nada e do destino às avessas capítulo perdido

Da impraticalidade do "se" no passado, este empiríco tem alguma coisa a dizer. Não existe possibilidade passada. O "se eu tivesse(...)" não é possibilidade, é impossível. Não existe cálculo, já aconteceu, já foi escrito e não existe borracha para apagar. O "se" no passado nesse sentido é impráticavel é uma hipótese amarrada em impossibilidades, uma coisa teria que acontecer, ora já não aconteceu.
Então de alguma forma existiria um destino, as coisas se escrevem, e não podem ser mudadas. Que não entre nesse debate, pelo menos no momento, qualquer teoria física que comente o contrário. Até acredito que devam ser pensadas, mas o fato é que elas não tem nenhuma capacidade de serem notadas em uma linha de vida perceptiva, até onde sei.
Os fatos teriam apenas uma forma de se sucederem, a maneira como aconteceram. Não existe passado provável. E dessa forma constatamos que não existe passado errado, ou mesmo certo. Parece claro que a dicotomia certo/errado não tem função de existir em um discurso que contenha a impraticalidade de uma segunda escolha, esse dicurso pode até assumir outras funções, mas não tem a função de escolha. Pelo menos não no tocante do que já foi feito.
O pouco contato que tive com Nietzche(me corrijam se estiver errado) fez com que este empiríco entendesse como postura crítica o que ele dizia sobre o arrependimento. Como ação para o passado o arrependimento seria inútil. Nesse sentido podemos concordar facilmente. Ora, se já aconteceu, se foi uma escolha nossa, por que deveriamos nos prender nesse passado? Concordemos que o arrependimento preso ao passado seja uma ferramenta inútil. Porém esse empírico acredita em outro tipo de arrependimento, o arrependimento preso em causas futuras. O "não fazer mais", o "se preocupar com o que não foi escrito", esse arrependimento talvez seja capaz de levar ao super-homem, o sobre-humano nieztcheano, no sentido que esta preocupado com uma ação que ainda não foi.
Quanto ao fato de aquela situação ocorrida no passado só ter aquela forma de acontecer, pelo menos seguindo a lógica proposta aqui definida, acredito não haver muita dúvida. Porém, quanto ao fato de já existir no futuro isso escrito não temos como saber, e não há motivo de adotar uma postura passiva, se temos a maravilha dessa incerteza.
O empiríco vota para que lutemos por nosso livre arbítrio, livre arbítrio futuro.

Olhou para trás,
viu um corredor de possibilidades

Para frente
Viu ar
Viu neblina

Na verdade,
não sabia o que via

Sentiu o cheiro da dúvida

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