Antes era borrão de cores em fundo cinza
Em infância era um monte de lápis de cor, era laranja bonito, e azul de papai do céu, era amarelo sorriso, e vermelho de sorvete... tudo aquilo em rabiscão... Nem sentia direito pra onde iam aqueles riscos!
Era risco pra cá
E risco pra lá
Era rabisco e rascunho...
E pintava o céu, e pintava vida, e pintava sonho e pintava brincadeira
Era um montão de beleza, era vírgula, e era ponto de interrogação, Um monte de exclamação cheia de sorriso e um monte de reticências de curiosidade,
só não tinha era ponto final...
Em adulto conheceu o lápis cor de verde... Estava apontadinho e chegava a brilhar quando escrevia... Os olhos abriram, era essa a ganância:
Decidiu por escrever de reto, não queria nem curva, nem queria saber de vírgula ou de interrogação: queria dois pontos, e o feio travessão, o interesse máximo era o ponto final...
Mas de final tava longe, e a ponta do lápis quebrava, nem adianta apontar, o lápis pequenininho ficava...
Olhou a caixa de lápis, sobrou cinza-chumbo de chuva...
Pintou a folha de céu
Aquele fundo não era mais só o fundo...
Se misturava, se olhasse de longe, dele pouco se sabia onde estava.
6 comentários:
Que lindo teu texto.
sutil e delicado.
Esse seu texto é de uma beleza, de uma limpeza artítica...
Ímpar!
Muito, muito bonito...
gostei muito do que escreveu..to aqui acompanhando os texrtos do concurso. nem faço parte dele, nem tenho orkut. e achei o teu, muito, muito bom.
Êeeeeeeeeeeeeeee!!!
Eu adoro lápis de cor! Êeee!!!
Falou das cores!! Êeee!!!
A vida funciona assim mesmo, os lápis vão ficando pequenos (até mesmo os das cores que menos gostamos!), mas que "bão" que vendem caixas novas...
Êeee!!!
Ah! E se for lápis profissional vedem cores separadas também (olha a arquiteta falando!)...Assim você pode escolher de que cores(de preferência as mais bonitas!) quer pintar a vida!!!
Êeee!!!
Postar um comentário