15.5.06

letras-peixe

Era assim que acontecia: o menino-moço-rapaz cismava de tirar aquelas palavras-signos de dentro de si mesmo, tirava pela boca e colocava na mesa que era mundo, em bandeija para quem quisesse pegar, e olha só:

As palavras eram um monte de peças de lego, e todo mundo brincava de montar com aquilo que não pertencia mais ao menino-moço-rapaz... Ele corria atrás daquilo que tinha colocado no mundo, agora com pés, era mais difícil de pegar de volta...

Depois que tira as palavras da boca, menino. Elas deixam de ser suas...
As vezes tem asas.

Mas sempre, sempre serão de sua responsabilidade.

Construiu então aquelas palavras com mais cuidado dentro de sua barriga, antes de atirá-las pra fora. (É na barriga que elas são criadas?) Aí, ninguém mais queria. Já tinham se empaturrado com palavras de outros...

O que podia fazer?

Era um mundo complicado, onde um monte de letrinhas pulava como peixes para serem fisgadas...
Nem todos tinham anzol grande o suficiente pra pegar o que queriam...

(texto experimental e louco, no começo falava de uma coisa e depois mudei o sentido todo do troço.... heheheheheh)