30.6.05

Do que deve ser escrito Capítulo Parte 15

Alguns diriam que este empiríco seria o pior tipo de analfabeto, e talvez até seja. Meu conhecimento político beira a zero, se alguém que ler isso aqui achar que tem alguma metáfora no que eu disse, eu concordarei, mas a metáfora não esta no "zero", mas sim no "beira". Conheço toda a importância de conhecimento político. Se queremos alguma potência de mudança temos que conhecer o que é o normal, e bem. Temos que utilizar do conhecimento arma. Concordo com todas essas coisas.
Porém quando meus olhos se deparam com aquela linguagem extremamente monótona e dubitável do texto jornalístico, sinto uma certa ansiedade. Este empírico tem tão pouco tempo graças a essa lógica de mercado atual, tão pouco tempo para ler. E há tanta coisa maravilhosa para ser lido neste mundo... Sim me sinto meio culpado de conhecer pouco de política, e até é um projeto corrigir esse erro- queria ser potência de mudança, mas ultimamente não tenho feito isso.
Agora existe algo que discordo: dizem que a ficção, a fantasia, só servem a distanciar o homem dos problemas mundanos. Parece que tudo que deve ser escrito deve ter uma ligação com o prático, com o funcional. Se o homem fosse só funcional acho que dificilmente não iria se render a lei da sobrevivência cega. Acredito que deva-se escrever sobre tudo. Acredito que o homem deva escrever sobre o real, sobre a sua vida. E se este homem vive entre elfos e duendes, nós só podemos invejá-lo.
A vida pode ser linda aos olhos humanos, e defini-la com números e funcionalidade, como utilitários práticos não seja a forma "real" de retratar essa vida. Não sei, acho que existe espaço para tudo, para números, filosofia, marxismo e até botânica.

Seus olhos estavam quebrados
Tinha escolhido assim

Cada pedaço de uma cor diferente
Cada espaço de tamanho diferente

E era só um olho

29.6.05

Do sentir Parte 21

Eram dois personagens na epopéia do sentir. A tristeza e a alegria.
A primeira era como um buraco negro, tudo tentando sugar para dentro de si, tudo que estava em seu caminho queria. Egoísta, quer destruir o mundo por que acha que seu mundo esta destruído.
A segunda era linda, por onde caminhava espalhava sorrisos, não tirava nada... apenas dava, gostava de presentear.

Tentando espalhar sua graça em espaços vázios.

27.6.05

Do objetivo dos homens cap XVII

Olhou para cima e teve medo

Lá tinha montanha
Lá tinha neblina
Lá tinha?

Olhou para baixo

Podia sentar

Aristóteles dizia que o homem carecia de um sentido para sua vida para se fazer homem. As pessoas precisariam de uma lógica que justificasse suas vidas. Fosse Deus, fosse filosofia, ou o que quer que fosse.
Este empírico acredita nisso, acredita no Devir do Super-homem como objetivo.
O Devir é um constante movimento, para Heráclito tudo o que poderia defenir alguma coisa como existente era o que existia em movimento. Se um homem entrasse em um rio, quando saísse tanto o homem quanto o rio não seriam mais os mesmos. Esse movimento contante de transformação quer seria o Devir.
Pelo que esse empiríco apreendeu de Nieztche, e nem terminei de ler o único livro dele que tive contato, - Alias leiam Assim Falou Zaratustra, a coisa é muito boa - O Super homem é um objetivo que deveria ser buscado pelo homem que procurasse a superação. Os homens não deveriam se satisfazer com aquilo que é dito normal e imposto por uma instância dita maior, mas procurar crescer nunca se satisfazendo consigo mesmos.
No que entendi de Assim Falou Zaratustra, o Super Homem é um movimento que não acaba em vida, ele precede a vida dos homens. Assim o movimento em direção do Super Homem, que chamo aqui de Devir do Super Homem, é uma tarefa atemporal e infinita.
A superação deve ser o objetivo do homem.

E é nisso que esse empiríco acredita.

25.6.05

Do amor parte infinito - 0,5

Muito se falou do amor.
Filosofos falam do amor, poetas falam do amor, cientistas falam do amor,
ministros da fé falam do amor.

E muito ainda se falará do amor(acredito). Mas poucos deles saberão do que estão falando tão bem quanto os músicos. A maneira mais clara de se falar do amor para este empiríco é com música, só com a música parece que se consegue atingir um ponto profundo em nós que nada tem a ver com consciência, números ou toque, e esse ponto sabe-se lá Deus onde esta se estabelece, se conecta com esse bem maior, e se encherga.

24.6.05

A respeito de Deus Parte inteligível

Me lembro de um professor que falava em tom jocoso sobre os rumos da crença em Deus nos dias atuais. Ele críticava o fato de hoje cada um ter seu Deus pessoal, a religião não dizia mais que era a Entidade Suprema, era cada indíviduo. Aquilo batia direto com algo que eu acreditava, eu também tinha meu Deus pessoal, e aquilo me incomodava um pouco. A verdade é que a engrenagem de sociedade nos individualiza tanto nos dias atuais que criamos cada um de nós príncipios éticos diferentes, e um Deus só não consegue dar conta dessa multiplicidades de pessoas que querem dar um sentido, e uma justificativa, para suas vidas.
Este empiríco acreditava(e ainda gosta de acreditar) que se existisse mesmo um Deus, ele não seria esse Gugu Liberato que as pessoas acreditavam Ele ser. Deus não estaria no "Acredite que você ganha", ele estaria em uma força que cada indíviduo pudesse receber na situação que estivesse, por pior que fosse, que o diria: "Você aguenta, tente. Pode dar errado, mas viva". Só assim na limitada visão desse empiríco Deus estaria realmente para todos.
Um filósofo disse uma vez(acho que foi Spinoza, mas posso estar errado) que se Deus existisse ele estaria muito acima de nossa compreensão. Isso é algo em que acredito, se existe mesmo algo sobre nossas cabeças, uma cabeça que planejou tudo isso, e que participa do jogo de uma forma contínua, Alguém que esta em todos os lugares, e não é passado, presente ou futuro -esse é o Deus cristão é claro, mas existem exemplos inteligíveis em outras crenças, só não conheço-as bm para colocar como exemplo- então esse Alguém esta acima de nossa percepção. E como esta empiríco conciente disso poderia achar que sua experiência limitada como ser humano sujeito a uma percepção errada da vida fosse mesmo dar conta desse Deus.
Como esse ser minúsculo poderia olhar cara a cara com esse Super Indíviduo que projetou desde o nada até o tudo e dizer para ele o que era certo ou errado?
O empiríco prefere reconhecer a sua ignorância de Deus a reconhecer esse a enlata-Lo...

23.6.05

A respeito de Deus Parte incompreensível

A beleza existe até nas possibilidades,
acho que principalmente nas possibilidades.

Sem dúvida sou agnóstico, não consigo mais negar essa realidade.Para acreditar no sagrado se precisa crença. A crença necessita falta de dúvida.
Ora no universo de coisas experimentada pelo empiríco Deus é uma grande questão.
Se por um lado não se pode ter certeza de sua existência, do outro não se pode provar sua não existência. Este empiríco acredita que o movimento do homem para Deus é natural. Ora, somos animais, vivemos toda a história evolutiva nos especializando a sobreviver, só aqueles mais aptos a sobreviver é que geravam herdeiros. Imagine o que acontece quando aquela ameba que sabia se esconder como tal ganha a consciência que existe, e de bônus que vai acabar. Não é dificil de imaginar que aquela ameba precisaria de subterfugios para acreditar que não iria terminar sua existência, sobreviver é o que sabia fazer melhor. Mesmo assim o fato do caminho para Deus ser natural não é prova de que Ele não exista, e sim que poderia ser inventado mesmo que não existisse.
Do outro lado temos todas as teorias e realidades físicas, biológicas, astronômicas e etc. Tudo que temos em nossa volta do menor átomo até uma super nova, do sentimento de proteção de uma marmota americana pelos seus descendentes até a paixão de um garoto pela sua professora. Tudo isso carrega um sentimento de perfeição infinita, parece que alguém criou uma sinfonia meticulosa, uma obra de arte na visão deste empiríco. Mas esse parecer não confirma a Sua existência, pode mesmo ser tudo apenas uma coincidência cósmica. Quando se trata de uma centena de milhares de anos(ou o quer que seja o tempo que exista o resto das coisas sobre nossas cabeças) uma coisa impossível vai se tornando bem passível de acontecer...

Apenas não sei, mas uma coisa posso confessar, por mais agnóstico que seja, prefiro ficar entre religiosos preocupados com o destino de minha alma do que mundanos que me transformam em vantagem numérica...

11.6.05

Da intangibilidade visual das corporações cap 17,25

Não existe muita dúvida no fato da importância que as corporações tem nas vidas da pessoa comum, nomes como Coca-Cola, Mc'Donalds e Nike influênciam nossas vidas e tem impacto direto e extremamente relevante na realidade atual, muitas vezes mais do que os governos locais. As estruturas multinacionais não tem bases em canto nenhum do globo e escolhem qual lei é mais conivente na transformãção de pessoas em números.
Porém os grandes departamentos de mídia parecem que "estranhamente" não percebem essa importância. Raramente se vê alguma nota que não seja de algum lançamento de produto ou serviço na mídia.
Assim aos olhos do consumidor comum de informação enlatada essas corporações tem algo de idílico, nunca é dito nada sobre a Nike que não seja um comercial fugaz de alguns segundos. Um sonho. Parece que é assim a maneira habitual de se ter algum contato com qualquer representatividade que essas marcas tem objetivamente sobre as vidas de todos os empirícos desse mundo.

Replicando-se, Replicando-se, Replicando-se

Da ausência do nada e do destino às avessas capítulo perdido

Da impraticalidade do "se" no passado, este empiríco tem alguma coisa a dizer. Não existe possibilidade passada. O "se eu tivesse(...)" não é possibilidade, é impossível. Não existe cálculo, já aconteceu, já foi escrito e não existe borracha para apagar. O "se" no passado nesse sentido é impráticavel é uma hipótese amarrada em impossibilidades, uma coisa teria que acontecer, ora já não aconteceu.
Então de alguma forma existiria um destino, as coisas se escrevem, e não podem ser mudadas. Que não entre nesse debate, pelo menos no momento, qualquer teoria física que comente o contrário. Até acredito que devam ser pensadas, mas o fato é que elas não tem nenhuma capacidade de serem notadas em uma linha de vida perceptiva, até onde sei.
Os fatos teriam apenas uma forma de se sucederem, a maneira como aconteceram. Não existe passado provável. E dessa forma constatamos que não existe passado errado, ou mesmo certo. Parece claro que a dicotomia certo/errado não tem função de existir em um discurso que contenha a impraticalidade de uma segunda escolha, esse dicurso pode até assumir outras funções, mas não tem a função de escolha. Pelo menos não no tocante do que já foi feito.
O pouco contato que tive com Nietzche(me corrijam se estiver errado) fez com que este empiríco entendesse como postura crítica o que ele dizia sobre o arrependimento. Como ação para o passado o arrependimento seria inútil. Nesse sentido podemos concordar facilmente. Ora, se já aconteceu, se foi uma escolha nossa, por que deveriamos nos prender nesse passado? Concordemos que o arrependimento preso ao passado seja uma ferramenta inútil. Porém esse empírico acredita em outro tipo de arrependimento, o arrependimento preso em causas futuras. O "não fazer mais", o "se preocupar com o que não foi escrito", esse arrependimento talvez seja capaz de levar ao super-homem, o sobre-humano nieztcheano, no sentido que esta preocupado com uma ação que ainda não foi.
Quanto ao fato de aquela situação ocorrida no passado só ter aquela forma de acontecer, pelo menos seguindo a lógica proposta aqui definida, acredito não haver muita dúvida. Porém, quanto ao fato de já existir no futuro isso escrito não temos como saber, e não há motivo de adotar uma postura passiva, se temos a maravilha dessa incerteza.
O empiríco vota para que lutemos por nosso livre arbítrio, livre arbítrio futuro.

Olhou para trás,
viu um corredor de possibilidades

Para frente
Viu ar
Viu neblina

Na verdade,
não sabia o que via

Sentiu o cheiro da dúvida

9.6.05

Do amor parte infinito-1

No que pode ser avistado pela visão nublada desse empiríco existem duas formas de amor:
O amor em potência e o amor em ato.
O primeiro é o ato de amar, de gostar de alguém, ter estima. Se for considerado atitude é uma atitude para si mesmo, pois o outro não recebe nada nesse estágio. Mas esse empiríco não acredita nesse estágio como sendo uma atitude, ação consciente da mente para com o corpo. Parece mais uma espécie de contágio que deixa o indíviduo a sua merce. Tem substância, mas só pra quem o sente.
O segundo é a atitude de amar, a escolha de amar, de cuidar, de se fazer necessário, o preocupar-se, o sofrer pelo próximo. É a única maneira que o outro pode medir o amor do próximo, pois esse amor é pálpavel no mundo físico, não é uma abstração e nem é mistícismo. Este amor luta por fazer-se perceber no mundo, e não tem pretenção de se esconder em um casulo que se protege, e que apenas espera uma resposta para essa sensação.
O amor em ato transcenderia então o amor em potência no sentido que transborda, transborda até atingir o próximo, luta por criar laços e não fica satisfeito enquanto se vê confinado nas muralhas do corpo.

O espiríto esbarrou nas muralhas do corpo
Como uma bexiga, inflou
Quis fugir

Fugiu

7.6.05

A respeito do título Parte 13

O que é Ruído?
Som indistinto, som sem harmonia*? Não aqui, não na comunicação, que é o campo que esse empírico se vê amante. Ruído na comunicação não precisa necessariamente estar relacionado ao sentido da audição, mas ruído é qualquer interferência de origem diversa que corrompa o sentido de uma mensagem.

A respeito do título Parte 12

Em primeiro lugar por que um blog cujo nome de Oficina de Ruídos tem o endereço www.empirismoemprosa.blogspot.com e não www.oficinaderuidos... blablabla(vocês entenderam...)? Bem, na verdade o objetivo deste empírico inicialmente era colocar o nome do blog como Empirismo em Prosa, porém depois de algum cansativo trabalho em cadastrar o blog, tive a idéia daquele nome e me apaixonei por ele, e bem como a ação é empírica admite mudanças conceituais no meio do seu curso, como é o caso dos versos muitas vezes substituindo a prosa.

6.6.05

Da ausência de tempo Cap 100 Tomo x+y

SEM TEMPO PARA TÍTULOS

Amontoa
Amontoa

Quebra-cabeças,
Mas esta montado,
Sem arestas(esta no meio)

Segundos são moedas
Minutos nossas notas
Inflação!
Sobe, sobe, sobe

Pensei?
Nem sei

Corre, nem vai dar tempo,
Deu, mas não deu
Não tá dando, mas tá dando!

Amontoa
Amontoa

"Aos poucos, Momo foi compreendendo que cada nova flor era bem diferente da anterior e que sempre aquela que acabava de desabrochar parecia a mais bonita de todas. "
-Momo e o Senhor do Tempo

5.6.05

Da especificidade das faculdades cap. gH14

Com relação ao papel da faculdade na sociedade atual, com olhos empirícos sempre, reservarei alguma nota posterior. Agora pede-se que se deixe falar do problema da especificidade curricular das faculdades. Ora, as faculdades direcionam os pensamentos, são matérias e matérias definidadas pro uma grade estabelecidade para duas aparentes finalidades:
a) Criar uma possibilidade prática e intelectual que permita com que o(a) estudante tenha meios de se inserir no mercado profissional e;
b)Criar conhecimento acadêmico dentro dos âmbitos direcionados pelo assunto norteado pelos objetivos do curso.
Não parecem haver outras funções a meu ver dignas de nota para a universidade. Este texto não tem por objetivo dicutir se o papel da universidade nesse sentido esta errado, muito pelo contrário, esse papel objetivo, não apresenta furos de lógica para este empiríco. O que se encontra em risco é a construção de conhecimento do indivíduo. Há muito tempo que o valor do conhecimento como virtude caiu por terra, agora esse valor deve ser convertido em lucros, em números funcionais, em uma lógica de mercado que invade o sangue da humanidade envolvida cada vez mais no sentido do global.
A afirmação: A Universidade aliena. O conhecimento sem dúvida deve ser direcionado na faculdade, mas o conhecimento direcionado aliena. Biólogos discutem com cientistas sociais querendo provar que outro esta errado. Falam de assuntos diferentes. Um absurdo na limitada visão desse empiríco que vos (vos?) fala.
A resposta para a busca por esse conhecimento para aquele que vos(será mesmo vos?) fala é o caminho do estudo indívidual, que infelizmente não pode ser conseguida dada a logística atual de venda de corpos e tempos caros que a grande engrenagem nos faze passar.

Neste cenário a única resposta será a humildade. Humildade no sentido de reconhecer a impossibilidade de apreender toda a realidade, para criar a vontade de desconstruir o contruido todos os dias.

4.6.05

Do esvaziamento dos sentidos 1.01

o lago era grande

atingia várias paragens
atingia todas paragens

fedia,
todos sorriam,
Veja! não há o que cheirar

o lago era raso
mal tocava os pés
e as larvas não paravam de se replicar

Me estenderei em prosa a parti daqui: É o sentido que que o mecanismo toma, o esvaziamento dos sentidos. Sentidos rasos, replicando-se, replicando-se, sem nenhum controle. Apenas números.
Che Guevara, herói da revolução cubana, acreditava viver em um mundo corrupto e foi assassinado por lutar pelo que acreditava. A vingança da engrenagem não podia ser pior. Esse herói se torna um escudo, um símbolo. Um símbolo de si mesma.
O capitalismo se apropriou da imagem de Che Guevara e a exibe em camisas da C&A, a sua vingança e mudar seu sentido, Ernesto Guevara se torna uma estampa legal. Se você fizer uma compra de mais de R$ 50,00 você pode parcelar em até 7 vezes! Você não pode perder! VEJA! VEJA! VEJA!
Não vão haver templos propagando seus idéias, um mundo de ideias não mudaram. Mas sim, ele foi crucificado nos peitos de quem fez esse tipo de compra, pelo menos enquanto a moda durar. Replicando-se, replicando-se.