11.11.07

Tá tirando onda, hein!

Amo Você, no escurinho com luz de cinema.
Amo Você, sorriso grande que só aparece quando é de verdade.
Amo Você, mente de economista medos de menina.
Amo Você, vento levando cabelo de frente ao rosto.
Amo Você, no final de semana, dormindo o tempo todo.
Amo Você, lágrimas de alegria.
Amo Você, um monte de incertezas em meus planejamentos.
Amo Você, com a "minha vida mudando a cada quinze minutos na manhã de sábado"

Amo Você com todo minha paz de espírito planejada e insistente. E amo tanto, tanto e tanto, que até pego fogo.

18.10.07

O quanto se pode saber?

É mesmo questão de cabeças grandes mesmo essas coisas de pensar.(sem piadas por favor) O fato é que parece sempre existir um monte de tudo pra aprender de qualquer pouca merda.

Qualquer cantinho da sua sala ou da sua conciência. Desde os créditos que sobem no final da projeção do seu filme favorito até o motivo que fazia Carlota Joaquina preferir roupa de baixo amarela(será que usava mesmo?). O fato é que o saber se acumula nessas cabeças grandes e cheias de certezas virando uma espécie de religião.

Um cara pra lá de bacana no meu ver foi o Sócrates. Putz, o maluco ficou um tempão observando e pensando no mundo. Devia ter a cabeça do tamanho de um ônibus. Acontece que depois de quase explodir o tutano ele chegou com a brilhante frase: "Tudo que sei é que nada sei."

!!!

Calma aí, não ria ainda. Imagina só na época. Sujeito granfino ia procurar o homem sábio na Grécia(Grécia mesmo?) e ele não respondia nada, só perguntava. Que porra é essa? Vos pergunto.

Mas pensa um pouquinho só na época. Se bem me lembro das minhas mau dadas aulas de filosofia e a pseudo-aula-livro filosófica ministrada no Mundo de Sofia, os gregos tinham acabado de deixar de acreditar em um modelo místico-religioso de verdade no mundo. Como eu costumo questionar essas coisas, acredito que na verdade só quem entrou de bonde nessa história tenham sido os "endinheirados" da época. Dúvido que servo ou escravo, ou como quer que chamavam a classe dos domindados tinha entrado nesse lance. Quase como o lance de Inclusão Digital, saca? Muita gente ainda deveria acreditar que podia responder tudo com oração, ou oferenda, oráculo ou sei lá o que.

O fato é que os ban-ban-bans da época acreditavam no poder do discurso. Como não existia um a verdade absoluta o lance era saber enrolar a língua e dar volta. Na verdade? Era um monte de advogado misturado com Zé Carioca.

Aí, chega esse sujeito. Que possivelmente gastou parte do tutano dele matutando aquilo tudo. Falou que verdade, algo universal que servia a todos existia. Só que ele não tinha descoberto...

E eu aqui fazendo pesquisa sobre montagem(ou seria edição de vídeo, um termo mais atual) cinematográfica(as vezes rola na internet) de trailers(ih, expressão estrangeira tem que ser com itálico...). E pra isso tenho que estudar até teorias de cognição e antropologias consumistas a parte...

Era sobre o que que agente tava falando mesmo?

(Só pra constar a existência de Sócrates é questionada. Alguns estudiosos desse tão muito que se tem pra se saber afirmam que ele poderia ter sido uma criação de Platão)

Todas as informações contidas aqui não tem embasamento científico nenhum. Muitas possívelmente estão erradas e sendo assim não servirão para conclusão nenhuma. Alias nem pense em usar isso em algum trabalho sem ser vítima de riso.

2.10.07

Projetos arquitetônicos inflamáveis

Um rapaz jovem atropelou uma criança pra atender celular,
O menino perdeu uma perna pra convencer os amigos que sabia nadar,
O senhor colocou fogo na casa por que não queria precisar da esposa pra cozinhar,

E naquele preciso momento fizeram todo o esforço do mundo calculando com cabeças acostumadas a sonhar maneiras que os fizessem voltar no tempo.

O rapaz jovem tentou ligar do celular pro todo poderoso,
O menino tentou nadar de costas no mesmo lugar,
E o senhor procurou um isqueiro que fosse ao contrário,

O celular não tinha crédito pra uma chamada tão distante,
E o tubarão que já tinha comido uma perna, comeu duas,

E o senhor, mais velho. Por se considerar tão sábio, chorou quando percebeu que não se fabricavam ainda isqueiros ao contrário. Ele e sua senhora tinham levado muito tempo pra prosseguir a contrução daquela casa, nem pronta ainda estava.

A sua esposa nada dizia com a boca. Mas chorava sem lágrimas e berrava com todos os outros sentidos que tivesse.

Foi uma pena pra quem visse, aquele homem com seus vários cabelos brancos chorando como um bebezão. Na verdade era até um pouco ridículo aquela prova de fraqueza. Chorava com as lágrimas que não rolavam do rosto da senhora sua esposa.

E naquele momento se espantou, a mulher chorava pra dentro e as lágrimas deslizavam pelo rosto dele. Eles iinham uma ligação do agora, ontém, amanhã e cada segundo que suplantava qualquer tijolo que estivesse fora do lugar.

O senhor percebeu que a casa estava dentro dos dois.

Pegou um dos carvões que sobrara do incêndio e desenhou uma casa. Era muito mais bonita que a de antes.

Tinha um monte de promessas que a outra não tinha. Só não era a prova de fogo.

"Quer morar aqui?"

26.9.07

Saudade grande

Saudade grande de você,
daquelas que só sente quem está muito tempo junto,

uma Saudade de verdade que conhece aquilo que se espera estar ao lado,

Saudade da cara amarrada, que eu sei fazer,
Saudade daquela risada espontânea, que aparece em qualquer momento,
Saudade daquilo que faz vulnerável que faz buscar proteção,

Saudade daquilo que sei onde está,
Saudade de nossos planos,
Saudade do que reclamo,
Saudade do que gosto,

Saudade do que sempre acontece,
Saudade de nós dois
,

17.9.07

Relógio

Quando coração é relógio, essa coisa de tempo fica meio estranha.
Imagina que marquei às uma e meia.
Cheguei com dez minutos de adiantamento.
Ela estava atrasada.

Cismou de chegar às uma e quarenta.
Na hora certa.

14.9.07

o eterno sonhar das letras mínusculas em seu coletivo constante

foi em texto que se força a brotar, coisa esquisita de letras a pulular dentro de cabeça, se forçando pela boca e saindo pelos dedos,

era um monte de letra que ia se amontoando lado a lado, com a função apenas de existir, de exigir a vida negada de uma mente distante, como que palavras para descrever o eterno estado presente de contemplação do nada,

e como que por mágica, no meio daquela confusão de sentidos brota algum objeto comum: o coletivo,

por que naquele momento sem sentido as letras,palavras,frases se dão conta de que algumas palavras insistem de se fazerem IMPORTANTES. se perceber chega a ser agressivo isso de se mostrar MELHOR.

agride mesmo

,mas o estranho é que foram necessários seis parágrafos completos para haver contexto que permitesse três das GRANDES.

façamos um sétimo com uma fonte menos serifada e com mais uma vírgula,

28.8.07

Do dia que Deus se foi

Na verdade, já tinha que ter acontecido há muito tempo mesmo. Acontece que Deus ficou puto.

,mas puto da vida.

No norte da Argentina uma mulher com medidas nem tão largas assim, olhava pra um pedaço de bolo. E dizia com a boca, pouquinho tempo depois de dizer com os olhos: "Isso não pode ser de Deus..."

E foi nesse dia que como um trovão sem proporções, ouviu-se em todos os cantos do planeta:

"FODA-SE"

Deus queria saber, onde cargas d'água inventaram de dizer que um mundo esférico pode ter canto... Por que ele não teria responsabilidade se o chocolate era gostoso ou o sexo irresístivel? Afinal, de contas quando foi que o nome de Deus não podia mais ser associado com as coisas que eram boas?

Nesse momento você deve estar pensando em díluvio, neguinho mudando de língua, nesse papo de apocalipse, né? Que nada não rolou nem um torózinho. Mas algo mudou.

Tudo que era tudo deixava de acontecer, e o agora era uma coisa tão constante quanto que se esperava que o futuro deveria ser.

De verdade? Virou tudo um saco... Faltou algo na vida que as pessoas não sabiam explicar...

Não tardou muito pro desespero tomar conta da humanidade. Afinal isso era assunto pra lá de sério. Juntaram um monte de país com nome nem tanto esquisito assim pra discutir o que fazer.

Decidiram que alguém deveria ser designado pra dar um toque no Nosso Senhor. E tinha que ser alguém importante, e de respeito. De preferência alguém que já tinha andado de avião, e por isso acharam que uma boa escolha seria o Papa. Mas não é que o cara assumiu todo se borrando que aquilo deveria ser um fenômeno climático, e que na verdade a igreja já sabia há muito tempo que Deus não existia nada, que era tudo intriga da oposição.

O pior é que nem estranharam tanto assim.

Então decidiram que era pro presidente dos states resolver a parada. Ele com toda pompa que um sujeito pode ter e na maior cara de pau do mundo respondeu que se Deus se escondesse era por que tinha medo dos seus mísseis.

Podia nem ser estranho, mas que assustava, assustava.

E no meio de uma discussão onde algumas emissoras questionavam se mandariam repórteres resolverem - não sabia se daria audiência -foi que um menininho sem tamanho de tão pequeno resolveu que iria conversar com o Todo Poderoso.

Todo sujo de chocolate e cheio de catarro escorrendo o moleque subiu a montanha onde se encontrava o Criador. O presidente dos states afirmou que queria ver se Deus tinha mesmo coragem de descer enquanto o Papa fingia que rezava. Enquanto isso as emissoras exibiam aquilo tudo ao vivo.

Quando chegou lá em cima tava o Senhor se bronzeando e logo que viu o menino todo sujo falou todo relaxadão. "Sabe que nunca tive tempo de aproveitar isso".

"Deus?"

"Pódizê."

"Você não vai descer, não?"

Aquele ia ser um não cheio de reticências, daqueles que depois de dois minutos de reclamação nem se presta mais atenção no que se fala, mas no momento que puxava o ar pra dizer aparece uma senhora sem dente toda preocupada.

"Ô, menino. Vê se pode vir aqui em cima atrapalhar o descanso do Nosso Senhor. Eu tava preocupada com você. Vem, deixa eu limpar esse seu nariz escorrendo."

E foi assoando o nariz da criança, sem cerimônia nenhuma que a mulher ia se desculpanda.

"Por que a senhora faz isso?"

"Ah, me desculpo, seu senhor por que seu descanso era por demais merecido, não sabe..."

"Não, não. Por que subiu essa montanha toda atrás desse menino?"

Com todos aqueles caminhos que a estrada da vida faz nos rostos de pessoas de verdade a senhora fitou o horizonte por um tempo.

"Como é que mesmo o nome daquela belezura toda bonita que tá na Bíblia mesmo? O amor..."

E Deus sentiu tanto orgulho daquilo que teve que voltar a trabalhar. Respirou fundo e lembrou do motivo de tudo aquilo.

Quando aquilo tudo terminou as câmeras já não estavam mais ali.
O presidente dos states falava sobre invadir a primeira cultura diferente que conseguiu pensar para mudar de assunto.
E o papa agradecia aos céus pelo retorno de Deus.

As coisas tinham voltado a acontecer.
E o chocolate continuava a ser gostoso.

Sinceramente, esperava um pouco mais desse texto em nível de produção textual mesmo(tô meio enferrujado, né. De qualquer forma acho que ele tá bonito, e defende o que acredito de verdade que a vida seja. (sem nenhum medo de ser piegas)

20.8.07

No topo

E foi assim, em tempos de frio, que as coisas degringolaram. Era coisa de aparecer nuvem preta dentro de sala e chover em nuvem branca... De verdade? Essas coisas que confundem topos de montanhas só fazem questionar se é montanha ou monte...

Mas no final das contas é bem fácil duvidar da altura de algo em que se está no topo.

7.4.07

Deu na Globo

Eram exatamente vinte e uma horas e dezenove minutos. Isso mesmo, em pleno horário nobre. O Boletim extraordinário tinha motivos para cometer a afronta de interromper a novela no momento que a mocinha, bonita e de família, descobria que o rapaz, seu noivo, era cara mau e o seu antigo amor, na verdade era bonzinho. Tinha que ser coisa pra lá de importante.

Era

A Globo afirmava com veemência: Deus não existia mais!

Foi um alvoroço. Gente se matando e Igreja fechando. Teve gente dizendo que a Nasa ia procurar pra ver se achava pra onde Deus tinha se metido. E os cientistas alardeavam que ninguém nunca tinha provado a inexistência de Deus.

(Ninguém deu ouvido aos cientistas.)

A Globo preocupada com a situação tentou amenizar as coisas. As pessoas com calma e em fila deveriam seguir suas recomendações, as instruções seriam dadas nos intervalos comerciais de forma a não interromper mais a programção normal. Foi um período turbulento. A emissora tentava redefinir o que era bom e o que era mau, as pessoas se amotinavam na sala pra prestar atenção, não eram tantas regras assim, mas as pessoas podiam esquecer. Por sorte a Globo era muito sábia, e passava e repassava as novas ordens de moral o tempo todo.

As intruções eram claras:

Se Insira e Consuma, mas não se insira se não for pra consumir, porque consumindo você está se inserindo, e inserindo você é consumido,

A justiça da Emissora não reconhecia limites. Reconhecendo a dificuldade daqueles tempos em diferenciar o certo do errado, e ciente da confusão que as pessoas tinham em saber o que era escolha e o que não era, Ela afirmava de meia em meia hora com um monte de imagem colorida e rápida pra ninguém poder mudar de canal:

Vocês são livres.
Apenas sigam as instruções.

2.3.07

Ana Maria da Costa da Silva

Seu nome era Ana Maria da Costa da Silva. Era daquelas que passava em ambiente qualquer sem fazer diferença nenhuma. Se chegava é porque já estava há muito tempo. Não usava roupa curta, brinco grande ou batom colorido.

Não era bonita, nem feia. Não chamava atenção, desprezo ou mesmo fofoca de vizinha invejosa. Poderíamos chegar ao ponto de questionar sua existência não fossem a sua mãe, seu pai, seu irmão e sua tia exaltando as qualidades que a menina tinha. Era boa cozinheira, faxineira, lavadeira, levava bicho pra passear. Era daquelas que se dizia: "Nunca fez mal a ninguém".

Ana Maria da Costa da Silva era tudo que se esperava que fosse, se alguém perdesse tempo pra pensar nela. Não era de muitas palavras. Não falava muito sem pensar antes, e se pensava demais acabava por achar melhor não falar. Ia casar com João Luiz Souza Santos apenas por que sua mãe disse que era bom partido, moço trabalhador, com emprego no Banco na cidade. Já tinha até carro.

,mas foi um dia. Um dia qualquer desses que acontece em todo lugar. Foi quando Ana Maria da Costa da Silva cismou por querer: olhou, quis e fez:

foi um rebuliço só que nem te conto: a menina ficou rebelde e ninguém sabia como, sua mãe querendo saber quem tinha influenciado, e seu pai bradando que nunca tinha dado coça, mas que sempre tinha primeira vez

João Luiz Souza Santos disse que não iria casar com moça que fosse errada, que era pra ela tirar a tatuagem se quisesse bom futuro com ele. Não tirou. Não tinha nem passado um mês e o rapaz já tinha pedido compromisso sério com uma outra Maria qualquer que não iria entrar pra essa história.

Agora Ana Maria da Costa da Silva era motivo, Ela passava e todo mundo notava, as vizinhas invejosas não tinham outro nome pra falar, na igreja todo mundo olhava pra trás e dava risinho, sua mãe, seu pai, seu irmão e sua tia não tinham nem mais vontade de sair de casa tamanho o caso que se gerou em torno da ovelha negra da família...

Diz por aí que foi embora, que não aguentou mais ser da mãe, do pai, do irmão, da tia, da Costa e da Silva sem ser dela mesma. Um amigo meu, se você não sabe, me contou que a encontrou por aí. Falou que está morando sozinha, e trabalhando pra custeio próprio.

Perguntei pra ele se viu a tatuagem.

Me disse meio que rindo e meio sem entender nada que na tatuagem estava escrito "EU",

5.2.07

despedida

esses negócios de sentimento é coisa pra lá de confusa
viu

é água pouca pra muito copo
e quando se bebe
no ultimo gole

é que se vê
ainda tem sede

E NÃO SOBRA MAIS NENHUMA GOTA
SOBRAM LÁGRIMAS...

9.1.07

Sempre

Arrumei as minhas malas de sonho pra gente se mudar...

Em um lugar todo especial pra levar meu cantinho de certeza em um lugar que não sei se existe.

então
pintei de laranja todas as gérberas
disse juras de amor no ouvido das paredes
e coloquei um monte de chocolate pras nuvens carregarem

E nossas chuvas vão ser do sabor de chocolate
Pra ela sempre reclamar que quando a gente brigava
ela engordava

Sempre,