28.10.05

Festa surpresa de aniversário na casa dela

Existem momentos... Momentos acabam, passam, se vão... O tempo, monstro que devora, se encarrega de devorar esses momentos em seu estômago sem fundo...

Mas existem momentos que se desdobram, e ficam repercutindo-se indefinidamente em cabeças grandes de meninos que pensam. São momentos que não se esgotam no tempo que acontecem, eles continuam acontecendo além do tempo que parece destinado.

O tempo vai se esvaindo de regras e não consegue manter aquilo nos seus domínios.

Ele, o momento, continua e continua...

24.10.05

CLARO QUE PULOU!

O menino só fez estender a mão,
Ela tinha medo... Tanto tempo coberta naquela coberta, manta que chamava si mesma que não sabia mais o que era aquilo que estava na sua frente... Era uma estrada em curva que se assemelhava a um ponto de interrogação.

Mas você já viu mesmo um ponto de interrogação?

Para chegar naquela estrada precisa tomar coragem para pular o espaço que existe entre aquele pinguinho e aquela primeira reta, E pra que isso?

Tinha uma curva logo depois! E pra onde ia?

Aquela manta era confortável e quentinha! Iria sair de dentro si mesma? Era tão complicado, arriscar aquilo tudo! Mas não tinha espaço pra duas pessoas no pingo do ponto de interrogação.

Abriu uma frestinha e viu. O menino continuava com a mão estendida.
-"Venha, vamos descobrir o que tem lá na frente?"

Ela era corajosa, mas tinha medo do que fugia daquela mente que sabia matematicar as coisas... Mas era estranho, os números de sua cabeça também diziam para que pulasse.

Pulou.

"CLARO QUE PULOU!"

Exposição do que não se pode negar de uma verdade colorida

Eu também te amo

20.10.05

Eu

Eu sou uma bola de espinhos a rolar! Aonde passava ferimentos escorriam!
Na minha testa tem um sorriso pintado! As pessoas enxergam a felicidade ali!

Não tinha nunca como ser suficiente, bolas de espinhos só servem pra machucar.
Talvez fosse melhor parar... Fincavasse em tábua de madeira...

E parava, e a monotonia daquela prisão salvaria todas elas...

Não me abrace, ou abrasse, e foda-se como se escreve isso!

Eu sou uma bola de espinhos

dos Anjos

Ela pegou uma caneta, canetas não se apagam facilmente,(ela queria marcar a eternidade), e escreveu no livro das vidas. Com cuidado e esmero de quem sabe que nossas letras dizem tudo de nós mesmos. Queria escolher as letras que permitissem aos outros saberem apenas o que ela permitisse que soubessem. Ela era muito mais que aquilo que escreveria, mas esse conhecimento bastava a ela. Se mostrava apenas em números de funções que este escriba achava muito complexas...Não tinha calculado, mas se sabia muito da pessoa pela folha que tinha escolhido pra escrever, aquela não era de plástico funcional... Era de papel colorido e com cheiro.Papel rasga! Droga não tinha calculado isso!!! Que absurdo! Como podia... Mas já estava escrito! E com caneta...Mas a maioria deles não enxergava isso... ela se achava exposta, mas era mentira...
As pessoas não viam...

(mas ele viu...)

(isso era pra ser um depoimento, mas bem, acabou que achei que o melhor lugar pra colocá-lo fosse aqui...)

14.10.05

Por trás do véu dos olhos distantes

Aquilo estava ocupando um grande naco do seu pensador, seria uma daquelas pessoas chatas e desinteressantes se desse a oportunidade para si mesmo.

Preferia ficar calado.

Com aqueles pensamentos que se regurgitavam indefinidamene. Pensamentos que se olhavam no espelho sem se cansar nunca. Eram assim, vaidosos e narcisistas.

E toda essa arrogância os fazia espaçosos.

Como eram inconvenientes, não permitiam os outros nem mesmo esticarem suas pernas. Estavam lá deitados.

E os outros pensamentos se sentiam melindrados em presença tão áurea. Era assim porque eram pensamentos bonitos. Toda aquela indelicadeza que se demonstrava inoportuna vinha da certeza de toda sua beleza.

Ô, pensamentozinhos mais graciosos.

E sabiam dançar...

Sentiam cíumes os outros pensamentos, mas eram honestos e justos.
(tentavam)

Batiam palmas, aqueles dançavam muito bem...

9.10.05

O vento e a rocha

Ele preferia o : e ela preferia o ...
O dois pontos eram possibilidades de caminhos
O reticências infinitudes de conhecidos

Ele queria o ar, o que não podia tocar e que só podia quantificar
Ela o sólido, pálpavel e que podia ver, medir e quantificar

Eram assim, o vento e a rocha.

Ele no seu caminho arrastava o que passava e guardava no seu corpo
Ela no solo que se arraigava protegia do que vinha

Se encontraram então, rocha e vento.

O vento tentou levantar a rocha
A rocha tentou proteger o vento

Estavam assim, o vento e a rocha.

5.10.05

Afetando o mundo!

Tinha pele, casca. Por dentro era de poesia que era feito. Tinha que se separar daquele mundo sem poesia, cinza, mentira.
Tocava o mundo com as mãos,
tocava o mundo com os olhos.

E mexia no mundo com a língua.

Era assim.