24.7.09

Sobre si mesmo

O homem criou casas em volta de si,
O homem vestiu roupas em seu corpo,

O homem olhou para aquilo e não dizia nada sobre si mesmo.

O homem abriu o corpo com bisturi,
O homem descreveu os seus sonhos,
O homem foi para bem longe,

E mesmo assim não fazia a mínima idéia do que poderia ser.

O homem então criou nomes para que pudesse ser chamado de tudo aquilo que não era.
E desistiu de si mesmo.

A história sobre esse texto é estranha. Fui começar a ler Coraline e peguei no sono. Tive um sonho em que procurava algo ou alguém sem ter certeza se inventava ou lia aquilo que acontecia e nesse ponto percebi que não importava se estava inventando ou lendo, a história estava acontecendo. Depois fui sendo perseguido por uma criatura com botões no lugar de olhos e acordei de um susto.

Esse texto apareceu na minha cabeça assim que despertei, provavelmente por ter sido tocado por um trecho do livro onde Coraline e o gato debatem sobre a importância de nomes. Fiquei meio que estático enquanto não registrei isso aqui...

8 comentários:

Fábio Rocha disse...

Nossa...vc ainda escreve aqui? Se vc visse as coisas que tenho escrito - pequenos parágrafos soltos, diálogos e fragmentos descontextualizados - vc se espantaria. Bem, eu me espanto com o que sai da minha cabeça de vez em quando. Puro esvaziamento mental. É o que tem me feito dormir. Bom demais. Saudade...

Isa disse...

Em uma palavra: denso.

Adriana Godoy disse...

Ei, gostei desse poema. Aliás, sempre gosto de seus textos, mas nem sempre deixo comentário. Beijo.

clarice ge disse...

sempre me pergunto qual a importância do 'significado do significado' das coisas...
a mente tem subterfúgios complicados e interessantes. se pudéssemos transportar sonhos para o cinema, seria arte pura.
á propósito: os inteiros estão onde se completam as metades...
abraço meu

Gaio! disse...

"não importava se estava inventando ou lendo, a história estava acontecendo"

é uma verdade, as pessoas têm uma tendência a distorcer o conceito do que é real em razão de seu sentimento interior de realidade, são coisas separáveis...

gostei

Giulia Gomes disse...

=)

Beatriz Oliveira disse...

Não se trata de Deus ser clichê ou do clichê ser ruim. Todo mundo é um pouco clichê e ninguém sai por aí se matando por causa disso. A questão é que tem clichês e clichês. Tem clichê que cansa e ninguém aguenta mais ver. Foi desse tipo que eu falei no blog. O clichê pode até irritar um pouco, mas não quer dizer que é ruim de todas as formas.

Renata Braga disse...

Nem tudo precisa de um significado... acho que pessoas como nós estão sempre em busca né...

Coraline é surreal, acho que pela busca dela por algo perfeito... nunca estava satisfeita ... humana? é...todos insatisfeitos sempre.


Voltando as obrigações.

Bejosssss