19.8.05

Das percepções

Diz-se escrever poesia.
Pois eu vos digo viver poesia.
Pois eu vos digo sentir a poesia.

Porque o perceber é escrever, é criar. O que é o ato de viver se não um grande ato de criação. Criação para dentro porque dessa forma você se contrói e criação para fora porque é daí que você cria o mundo em que esta habitando. Assim cada ser senciente é responsável pela história de sua vida.

Deixo claro que não quero tirar a responsabilidade das costas de um poder constituído de lutar por um bem comum a todos. Estou expondo um ponto de vista individual. Que acredito que deva ser seguido levando em consideração a relação indíviduo-percepção-mundo.

Não é uma forma de dizer você é feliz por que não quer! Mas sim de dizer, e você pode ver a beleza em toda parte. E nesse momento vai perceber que pode sorrir e que a vida é bela.

Mesmo tendo que ser lutada.

Poéticas de rua

Duas vezes já aconteceu.

Este empírico em sua condução coletiva comum(muito chamada de ônibus corriqueiramente) e percebe toda uma poesia de sobrevivência.

Crianças e jovens aproveitam de formas criativas aquele momento mágico(trágico?) em que o semáforo emitia aquele código vermelhoque dizia para os carros: "parem" e para estes jovens: "Vivam".

1º momento

Uma sincrônia perfeita. Um balé! Um balé! Os jovens colocavam as embalagens de doces que vendiam nos retrovisores dos carros. O código era simples e funcional: Se o motorista puxasse a embalagem para dentro, iria comprar o produto. Como sabiam o preço? Simples, afixado a embalagem existia um papelzinho "xerocado" que informava. Mas o que me impressionou mais ainda era a maneira como sabiam que tinham pouco tempo para que a luz indicasse outro movimento para os veículos. E como voltavam rápidamente para coletar aquelas embalagens ainda sem dono...

O balé de esforço e suor tinha acabado em mais um ato;

2º momento

Este foi bem rápido, e infelizmente não pude ver com tanta atenção quanto gostaria. Enquanto o dito ônibus passava pude ver em outra via o que considerei simplesmente espetácular. Três crianças, coitadas, três! Uma em cima da outra enquanto a que estava mais a cima fazia malabarismos com tres esferas que podiam ser bolas de tênis ou limões(mais facilmente)!!! Não pude deixar de virar o rosto impressionado com a habilidade daquelas crianças! Impressionante!

Que potencial, que potencial... Mas nós damos mais valor aqueles poderosos que ficam dentro de nossas máquinas de ver longe... E não vemos toda a poesia de sobrevivência que esses jovens passam diariamente.

Uma vez uma amiga me críoticou ao ver beleza em montes de fotos de pessoas miseráveis. Dizia ser estética da pobreza... ou alguma coisa assim. Mas isso não é verdade, é apenas o perceber toda a beleza que existe nesses seres humanos e em suas lutas contra aqueles que pertencem ao lado negro da força...

Malditos...

Agora tenho que ir trabalhar. Estou doente e com a face direita doendo, mas tenho que trabalhar!

Poéticas de sobrevivência.

5 comentários:

ludmilesca disse...

quem será a amiga em?
Acho que sua resposta não foi convincente.....
mas a parte da poesia...aiaiaiaiai...suspiros....

ludmilesca disse...

Brunooooooooooooooooooooooooooo
Encontramos Manuel!!!!
Estamos deslumbrados!!!!
Estamos deslumbrados!!!!!!!!
aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa gritos de entorpecimento!!!!


aaaaiiii como sou exagerada!

ludmilesca disse...

obs: manoel!

Anônimo disse...

Ola amigo. Desculpe a demora em vir lhe visitar. Também gostei muito do que vi por aqui, principalmente da primeira parte desse seu texto.
Nem precisava ressaltar a necessidade de um poder... Sabemos disso, como também sabemos que estava se referindo a algo muito maior, simples e bonito. Vamos viver esta poesia.

Você está de parabéns!

Anônimo disse...

Olá querido empírico!
gostei muito de suas percepções sobre o "..."

Diz-se escrever poesia.
Pois eu vos digo viver poesia.
Pois eu vos digo sentir a poesia.

Provavelmente aprecia boa poesia. Este sentimento antimetafísico de Fernando Pessoa nos embriaga de fato!