16.9.05

Queria casar com bolhas de sabão

Não tinha namorada. Amava bolhas de sabão.

Não uma em singular e nem duas no máximo. Amava todo aquele conjunto errático,
irresponsável,
independente,

que era o conjunto de bolhas de sabão.

No entanto.

Em segundos escolhia uma que seria a sua favorita. Paradinha, e girando parecia perceber todo o mundo a sua volta. Queria que os ventos do acaso decidissem para onde deveria se encaminhar.
Outro instante. Era aquela que subia, subia, subia. Até inchar e estourar.
Outro ainda? Aquela que vinha em sua direção e parecia dizer, posso chegar até aí se eu me adiantar.

Por que bolhas de sabão não eram pra sempre, não tinham objetivo se não aquele bailar em direção nenhuma!

Mas.

No todo amava o conjunto.

Aquele grupo de seres inanimados animados que lembravam o homem em seus inesperados. Que o fazia enxergar com olhos de deus uma vida inteira em instantes momentâneos!

Eram mais que bolhas de sabão, dentro de suas cores refletiam o mundo.

Ele se via. Se espantou maravilhado!

E plop!

acabou

sem vírgula e sem ponto final

3 comentários:

ludmilesca disse...

Percebam as lições de pequenos sabões de vento...
Também quero casar com as bolhas.

Anônimo disse...

Hahahaha adorei o "Plop"... mt fofo!! Mt legal o texto. Como já te falei anteriormente, sinto a pulsação... um coraçãozinho que palpita dentro de cara palavra.. um sanguinho sendo bombeado, puro.. hahah ;D saudade kerido, bjos

Anônimo disse...

refinado e direto. (economizarei elogios desta vez) vc está trabalhando na forma dos seus escritos?
a bolha e a vida... ambas tão pequenas quando vemos de longe... no entando, podemos encontrar o começo da bolha. a vida não. um "plop" pra nascer e um "plop" pra morrer... rs. linda metáfora (não deu..)